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Artigos - Aromaterapia

História da aromaterapia

A terapia com aromas tem suas raízes nas mais antigas práticas curativas da humanidade. As árvores e as ervas das quais se extraem os óleos essenciais vêm sendo empregadas para balancear o organismo há milhares de anos. As plantas aromáticas formam um extenso universo: são mais de 30000. Dessas, o ser humano conhece 300 — nada mais do que 1 centésimo do total.

Dentre aquelas estudadas estão muitas que utilizamos todos os dias, com diferentes funções, como:

• temperos (orégano, alho, cebola, gengibre);

• alimentos (laranja, tangerina);

• desinfetantes (pinho, eucalipto);

• perfumes (rosa, jasmim, patchuli);

• higiene pessoal (menta em pastas de dentes);

• medicina caseira (boldo e camomila, amplamente utilizadas na forma de chás para o alívio de cólicas estomacais e enjôos).

Muito provavelmente foi por acaso que o homem antigo descobriu o valor medicinal de certas plantas. Outras devem ter sido testadas por ele, depois de vê-las sendo ingeridas por animais doentes. O uso de fumos é uma das formas mais primitivas da medicina: magos e sacerdotes queimavam plantas para que sua fumaça e os aromas que expeliam servissem a um determinado propósito, como alegrar as pessoas, induzir a experiências místicas ou provocar sonolência em um enfermo, por exemplo.

 

Os Chineses

Segundo os registros históricos, os chineses provavelmente foram uma das primeiras culturas a usar as plantas aromáticas para o bem-estar. Suas práticas envolviam queima incenso para ajudar a criar harmonia e equilíbrio.

 

Os Egípcios

Pelos registros deixados, sabemos que o povo egípcio, cerca de 3000 anos a.C., já utilizava substâncias aromáticas para fins medicinais e cosméticos.

Eles inventaram uma máquina rudimentar de destilação que permitiu a extração de óleos essenciais brutos (não purificados).

Os egípcios usavam óleos essenciais, como cedro, cravo, canela, noz moscada e mirra para embalsamar os mortos. Em um túmulo aberto no início do século XX, os traços das ervas foram descobertos em partes intactas do corpo. O aroma, embora tênue, ainda era evidente.

Os egípcios também utilizaram infusões de óleos e preparações de ervas para fins espirituais, medicinais, aromáticos e uso cosmético. Acredita-se que os egípcios inventaram o termo perfume (do latim per fumum), que se traduz como “através da fumaça”. No antigo Egito, tanto homens quanto mulheres utilizavam fragrâncias no seu dia-a-dia. Entretanto, os homens utilizavam um método de aplicação de fragrâncias interessante e diferente: colocavam um cone sólido de perfume sobre a cabeça, que se derretia gradualmente, cobrindo-os com a fragrância.

 

Os Gregos

Os gregos aprenderam muito com os egípcios, mas a mitologia grega concede o dom e o conhecimento dos perfumes aos deuses. Os gregos também reconhecem os benefícios medicinais e aromáticos das plantas. Hipócrates, comumente chamado de "pai da medicina" praticava fumigações para conseguir benefícios aromáticos e medicinais. Comumente, os soldados gregos carregavam um ungüento à base de mirra (rica em componentes cicatrizantes anti-sépticos) para tratar ferimentos.

Um perfumista grego conhecido pelo nome de Megallus criou um perfume chamado megaleion, que se tornou o mais famoso perfume da Grécia antiga. O megaleion, composto de canela e mirra, servia para vários propósitos: (1) para aromatizar, (2) para aplicação na pele por suas propriedades anti-inflamatórias e (3) para curar feridas.  Era um poderoso agente cicatrizante.

 

Os Romanos

O Império Romano baseou muito dos seus estudos e descobertas a partir do conhecimento de egípcios e gregos. Discorides escreveu um livro chamado “De Materia Medica” que descreve as propriedades de aproximadamente 500 plantas. Também há relatos de que Discorides estudou e pesquisou assuntos relacionados à destilação. A destilação feita pelos romanos, no entanto, foi desenvolvida a partir de extrações de aromas florais aquosos e não óleos essenciais.

 

Século XI

Um acontecimento importante para a destilação de óleos essenciais veio com o aprimoramento do aparato dos destiladores, no século XI. O estudioso Avicenna, nascido na Pérsia, inventou um tubo de destilação em espiral, que aumentou a eficiência dos destiladores em relação aos antigos que usavam tubos retos, pois o resfriamento e condensação do vapor acontecem mais rapidamente. Assim, os óleos essenciais são separados da água de forma mais eficiente. A importante contribuição de Avicenna para o aumento da eficiência nos processos de destilação chamou a atenção para óleos essenciais e seus benefícios.

 

Século XII

Já no século XII, um alemão chamado Hildegard cultivou uma plantação de lavanda e destilou a planta para obter seu óleo essencial por causa das suas propriedades medicinais.

 

Século XIII

Durante o século XIII, teve origem a indústria farmacêutica. Este evento incentivou muito a destilação de óleos essenciais, pois os conhecimentos terapêuticos sobre estes óleos tornaram-se mais difundidos e despertaram o interesse da indústria farmacêutica em várias partes do mundo. Além disso, os equipamentos de destilação ficaram mais populares, e as técnicas tornaram-se mais conhecidas, incentivando ainda mais a extração e utilização de óleos essenciais.

 

Século XIV

Durante o século XIV, a Peste Negra matou milhões de pessoas.  Preparações a partir de plantas foram usadas extensivamente para ajudar a combater esta terrível assassina. Acredita-se que pessoas que trabalhavam no preparo dos extratos de ervas podem ter evitado a contaminação pela peste por seu contato constante com os produtos naturais aromáticos.

 

Século XV

No século XV, várias plantas foram submetidas à destilação para identificar e criar óleos essenciais, incluindo zimbro, rosa e alecrim. Por este motivo, um aumento na quantidade de livros sobre plantas e suas propriedades ocorreu no final do século XV.  Paracelcus, um alquimista, médico e pensador radical criou o termo “essência” e seus estudos mudaram radicalmente a natureza da alquimia, que passou a focar a utilização de plantas como medicamentos.

 

Século XVI e XVII

Um pouco mais tarde, já no século XVI, as pessoas começaram ter a possibilidade de adquirir óleos essenciais nas lojas de medicamentos, que eram as farmácias da época. A partir daí, muitos outros óleos essenciais foram introduzidos.

Entre os séculos XVI e XVII, os perfumes começaram a ser considerados como uma forma de arte, e se tornaram cada vez mais populares e as pessoas passaram a considerá-los indispensáveis, consolidando a indústria das essências.

 

Século XIX

Durante o século XIX, a perfumaria tornou-se uma indústria muito próspera. As mulheres mais ricas solicitavam ao seu joalheiro a criação de frascos especiais para guardar os seus perfumes. O século XIX também foi importante cientificamente pela purificação dos principais componentes dos óleos essenciais.

 

Século XX

Mais recentemente, no início do século XX, o conhecimento sobre a purificação e isolamento dos princípios ativos dos óleos essenciais foi usado para criar produtos químicos e drogas sintéticas. Acreditava-se que separando os principais constituintes e, em seguida, usando os componentes isoladamente ou em forma sintética seria benéfico terapeuticamente. Essas descobertas ajudaram a dar origem à "medicina moderna" e fragrâncias sintéticas. Este fato levou ao declínio da utilização de óleos essenciais para fins medicinais e aromáticos.

 

René-Maurice Gattefossé

Durante a primeira metade do século XX, um químico francês chamado René-Maurice Gattefossé interessou-se pela utilização de óleos essenciais para fins terapêuticos. Primeiramente, ele concentrava-se na utilização de óleos essenciais apenas para fins aromáticos e cosméticos, mas o seu interesse em utilizar óleos essenciais em medicamentos cresceu após um acidente curioso. Durante o trabalho em seu laboratório, ele queimou o próprio braço gravemente. Por reflexo, ele mergulhou seu braço queimado no líquido mais próximo, que era um grande recipiente de óleo essencial de lavanda. A queimadura curou rapidamente e não deixou nenhuma cicatriz. Por este motivo, ele passou a estudar os efeitos dos óleos essenciais e começou a utilizá-los terapeuticamente, dando início ao que hoje conhecemos por aromaterapia. René-Maurice Gattefossé foi o responsável pela retomada da popularização do emprego dos óleos essenciais como terapia medicinal no mundo inteiro.

 

Atualmente, dois dos mais antigos sistemas medicinais do mundo, a Ayurveda (medicina indiana) e a Medicina Tradicional Chinesa, ambos reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde, baseiam-se na fitoterapia. Mesmo a nossa medicina ocidental moderna, chamada de alopatia, deve a maior parte de seus remédios aos princípios ativos extraídos das plantas.

Três exemplos bem conhecidos: a aspirina (ácido acetilsalicílico, muito presente em óleos essenciais, como no óleo de cravo), a penicilina (descoberta por Alexander Fleming, em 1928, numa pesquisa sobre fungos, e que deu início à era dos antibióticos) e a morfina (substância extraída da papoula que atua no sistema nervoso, como um potente anestésico).

 

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